Glórias do Passado: Rui Rodrigues

 

Rui Rodrigues


Rui Rodrigues foi uma referência do futebol português durante as décadas de 60 e 70 do século passado. Umbilicalmente ligado à história da Associação Académica de Coimbra, essencialmente, fruto das 12 épocas que jogou com o traje negro da briosa, Rui Rodrigues representou, na sua longa carreira de futebolista, o SL Benfica e também o Vitoria SC.

Em Guimarães jogou somente duas temporadas, um curto período, é certo, mas suficiente para tornar-se num jogador importante e também uma referencia no Vitoria SC, não apenas pelas inquestionáveis qualidades técnicas como futebolista, mas, sobretudo, pela sua personalidade, pelo seu carácter irrepreensível e pela enorme capacidade de liderança.

Reconhecido por adeptos, dirigentes e companheiros, a tal importância de Rui Rodrigues fica bem vincada na atribuição da braçadeira de capitão de equipa durante o período em que representou o Vitoria SC.

Mas também Rui Rodrigues ficou com uma inquebrável ligação sentimental ao Vitoria SC e à cidade de Guimarães. Volta à cidade berço com bastante regularidade onde aliás continuam a residir alguns dos seus familiares mais directos.

A carreira desportiva de Rui Rodrigues, contudo, não começa em Portugal continental, nem tão pouco com o futebol. Natural do Bairro 1º de Maio, em Lourenço Marques, Moçambique, Rui de Gouveia Pinto Rodrigues, nasceu em 17 de Maio de 1943, e começou a actividade desportiva praticando basquetebol, modalidade na qual, dizem, tinha também muita categoria.

Começou a praticar basquetebol no Liceu e, mais tarde, chegou a jogar nas equipas de juniores e seniores do Ferroviário de Lourenço Marques. Alem do basquetebol nutria também muita paixão pelo jogo de futebol.

Jovem cheio de força e vitalidade, não deixou de tentar o futebol. Prestou provas na equipa de futebol do Ferroviário de Lourenço Marques mas não impressionou quem o avaliava.
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Porém, Rui Rodrigues não desistiu do futebol e foi tentar a sua sorte no Grupo Desportivo 1º de Maio. Aí aprovaram-no sem condições e quis o destino que a sua estreia oficial como futebolista acontecesse, precisamente, no Campo de Jogos do Ferroviário, num desafio as equipas de juniores do GD 1º de Maio e o Sporting de Lourenço Marques.
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(Cartão de atleta no GD 1º de Maio de Lourenço Marques)
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Dizem ter sido uma estreia bastante auspiciosa do futebolista Rui Rodrigues, jogando muito e bem na posição de médio direito e contribuindo para um vitoria robusta do seu team por 6-2.

Chegou à equipa principal de futebol do GD 1º de Maio, mas continuou a jogar basquetebol também naquela formação. Alias, a sua paixão pela bola ao cesto manteve-se quando veio para Portugal, já que chegou ainda representar a Associação Académica de Coimbra naquela modalidade.

Mas era no futebol que Rui Rodrigues se firmava como um desportista de eleição. E no futebol luso tornar-se-ia um dos seus mais elevados expoentes. Antes disso, conta-se a história da sua chegada a Portugal.

Em 1962 Rui Rodrigues, juntamente com outros futebolistas moçambicanos e angolanos, foi convidado a deslocar-se à metrópole para um estágio de preparação da Selecção Nacional de Juniores.

O seu percurso em terras de Moçambique já tinha eco em Portugal, razão pela qual, não foi surpresa nenhuma, as sondagens realizadas por vários clubes tendo em vista a sua contratação.

SL Benfica e a Associação Académica de Coimbra foram os mais incessantes pretendentes. Antes porém, Rui Rodrigues teria que regressar a Moçambique para disputar o Campeonato Provincial ao serviço do GD 1º de Maio, já que esse teria sido o acordo condicional de cedência temporária à Selecção Nacional de Portugal.

Com a camisola de Portugal, ao serviço da equipa de juniores, Rui Rodrigues estreia-se num jogo treino com o FC Barcelona e, oficialmente, numa partida frente à Alemanha a qual terminou igualada a 0-0, com o jovem moçambicano a actuar como médio interior esquerdo.

Terminado aquele estágio com a Selecção Nacional de juniores, Rui Rodrigues, conforme prometido, regressou à terra natal para representar o GD 1º de Maio no Campeonato Provincial.

Aquele regresso às origens seria, todavia, bem curto. O futebol a sério e a progressão dos estudos eram a ambição de Rui Rodrigues. Obviamente, que a melhor forma de conciliar aqueles objectivos era ingressar na Associação Académica de Coimbra, apesar de financeiramente a oferta do SL Benfica ser bem mais tentadora.

Chegou a Coimbra praticamente a meio da temporada de 1962/63 estreando-se oficialmente no desafio entre a Associação Académica de Coimbra e o SC Olhanense a contar para o Campeonato Nacional da 1ª Divisão, jogo que a equipa dos estudantes venceu.
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(Equipa da Académica de Coimbra na decada de 60)
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(Rui Rodrigues com o negro da briosa)
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(Jogo entre o FC Porto e a Académica de Coimbra na decada de 60)
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Lançado pelo treinador da briosa José Maria Pedroto, foi aquela estreia, como não podia deixar de ser, apadrinhada pela tradicional praxe dos jogadores academistas que assim recebiam, amistosamente, aos cachaços e biqueirada o jovem jogador moçambicano.

Dava-se assim início a um período de 9 temporadas consecutivas ao serviço da Académica de Coimbra, naquela que seria a sua primeira passagem pelo clube dos estudantes. Seriam estes, inquestionavelmente, os melhores anos de sempre da Associação Académica de Coimbra.
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(Equipa da Academica de Coimbra na época de 1963/64)
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Dada a enorme categoria revelada, Rui Rodrigues ganhou a titularidade na equipa principal da Académica de Coimbra e como titular permaneceu, diga-se, quase para sempre.

Lançado e fixado por José Maria Pedroto na equipa principal, seria, contudo, aos comandos do treinador Mário Wilson, a partir da época de 1964/65, que Rui Rodrigues ganhou toda a notoriedade que o consagrou no futebol nacional.
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(Equipa da Academica de Coimbra em Alvalade na decada de 60)
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(Rui Rodrigues na Académica de Coimbra)
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(A celebre defesa da Académica de Coimbra da decada de 60 constituida pelo guarda-redes Maló e os defesas Celestino, Curado, Bernardo e Rui Rodrigues)
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Logo nessa época primeira época sob os comandos do conhecido como Velho Capitão, seu antigo companheiro de equipa nos estudantes, que Rui Rodrigues e a Académica de Coimbra realizam uma brilhante temporada que culmina com um 4º lugar na classificação final do Campeonato Nacional da 1ª Divisão de 1964/65.

A equipa apresenta um tipo futebol muito elogiado, espectacular e cativante para os espectadores, com Rui Rodrigues a comandar o sector mais recuados dos conimbricenses. Alem disso, os resultados desportivos vão aparecendo, passando a Académica de Coimbra a surgir, consecutivamente, nos lugares cimeiros da tabela classificativa do Campeonato Nacional da 1ª Divisão.
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(Equipa da Academica de Coimbra na decada de 60)
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Nos anais da história do clube dos estudantes realça-se, efusivamente, a época de 1966/67, quando a Académica de Coimbra se classificou no 2º lugar do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, lutando, verdadeiramente, com SL Benfica, pelo titulo de campeão nacional.

Nessa mesma época, porque meritório, regista-se também a presença da equipa da Académica de Coimbra na final da Taça de Portugal. Todavia, também nesta prova, o troféu escapou à equipa conimbricense, pois o Vitoria de Setúbal, o adversário da final da Taça de Portugal de 1966/67, venceu por 3-2.
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(Equipa da Academica de Coimbra de branco na época de 1967/68)
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(Rui Rodrigues com o traje branco, equipamento alternativo da briosa)
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É neste momento dourado da história da Académica de Coimbra que surge a chegada de Rui Rodrigues, pela primeira vez, à Selecção Nacional “A” de Portugal, depois de varias passagens pela equipa de juniores, esperanças e pela famosa Selecção Militar. Desse percurso daremos conta, em particular, mais adiante.

Entretanto, dá-se a saída de Mário Wilson do comando técnico da Académica de Coimbra e a entrada de Juca. Com este treinador, o internacional Rui Rodrigues mantém a mesma preponderância na equipa e consolida a sua projecção nacional.
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(Equipa da Académica de Coimbra na temporada de 1967/68)
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Colectivamente, destaca-se, neste período, a presença novamente numa final da Taça de Portugal em 1968/69, perdendo-a agora para o SL Benfica, enquanto no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, à excepção da temporada de 1969/70, a Académica de Coimbra realiza boas classificações que o levam, inclusive, as competições internacionais de clubes.

No final de cada época desportiva, Rui Rodrigues é repetidamente assediado pelos denominados três grandes do futebol português. O jogador e a Académica de Coimbra reiteradamente recusam os convites e as chorudas ofertas de transferência rubricando um compromisso até Rui Rodrigues perfazer os 35 anos de idade.
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(Equipa da Academica de Coimbra na época de 1969/70)
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(Rui Rodrigues nos festejos)
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(Equipa da Academica de Coimbra na temporada de 1969/70)
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(Plantel da Academica de Coimbra na época de 1970/71)
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(Rui Rodrigues no final da decada de 60 na Academica de Coimbra)
. (Rui Rodrigues em acção ao serviço da Academica de Coimbra em 1971)
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(Rui Rodrigues e Eusébio)
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Mas no final da época de 1970/71, com o 1º ano do curso superior de Farmácia concluído, Rui Rodrigues decide aceitar um desafio maior na sua carreira de futebolista. Encara o convite do SL Benfica como uma última oportunidade, suspende os estudos e veste o traje de profissional de futebol a tempo inteiro.

A desejada transferência de Rui Rodrigues para o SL Benfica, treinado por Jimmy Hagan, é concretizada em Abril de 1971, recebendo o clube uma elevada soma pecuniária, enquanto o jogador rubrica um contrato muito vantajoso.
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A estreia oficial de Rui Rodrigues com a camisola do SL Benfica sucede a 11 de Setembro de 1971, em pleno Estádio das Antas, na cidade do Porto, no encontro da 1ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1971/72 entre os encarnados e o FC Porto.
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(Equipa do SL Benfica na época de 1971/72)
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(No Estádio da Luiz em 1971/72)
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(Rui Rodrigues ao serviço do SL Benfica)
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(No SL Benfica)
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É excelente a arrancada do SL Benfica para a nova temporada vencendo aquele derby nacional por 1-3 na casa de um dos concorrentes ao título. Antes das lesões o apoquentar vai formar com Humberto Coelho uma dupla de defesas centrais de enorme valia.

Outro momento enorme da sua carreira foi um golo apontado em pleno Estádio de Alvalade numa retumbante vitória do SL Benfica sobre o Sporting CP por 0-3. Um dos golos dos encarnados foi apontado precisamente por Rui Rodrigues, um tento inesquecível, numa imparável cavalgada de lés a lés, torneando desde a sua área até à baliza contrária todos os adversários até ao êxito final.

A passagem de Rui Rodrigues fica marcada pelas grandes exibições mas também pelas enormes frustrações causadas, sobretudo, pelo infindável martírio das lesões que o impediam de definitivamente se fixar como indiscutível do SL Benfica.

Na primeira época de águia ao peito conquista o Campeonato Nacional da 1ª Divisão e junta-lhe a vitória na Taça de Portugal. Já na época seguinte de 1972/73 o sucesso continua com a conquista de novo Campeonato Nacional da 1ª Divisão.
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(Equipa do SL Benfica na época de 1972/73)
. (Rui Rodrigues no SL Benfica)
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(Em acção num derby entre o Sporting CP e o SL Benfica)
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(Rui Rodrigues no SL Benfica)
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Era o tri de Jimmy Hagan no comando do SL Benfica. Em 1973/74 o SL Benfica não conquista nenhuma das principais competições nacionais, enquanto Rui Rodrigues, que é já um jogador maduro, continua longe da titularidade indiscutível na equipa da Luz.
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(Equipa do SL Benfica na temporada de 1973/74)
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(Rui Rodrigues em pleno Estádio da Luz)
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(No fundo da baliza os festejos de Rui Rodrigues com a camisoal do SL Benfica)
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(Rui Rodrigues capa na popular revista Idolos do Desporto)
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Avesso à comodidade e pronto para novos desafios o internacional Rui Rodrigues decide deixar o SL Benfica. É quando surge um convite de Guimarães para ingressar no Vitoria SC.

Na mesma altura também a Académica de Coimbra quer contratar o jogador e fazer regressar a turma da briosa um dos seus lendários jogadores. Ambos os clubes esgrimem os seus melhores argumentos no sentido de convencer o jogador.

De Coimbra vem a nostalgia do passado e a possibilidade de continuar a estudar farmacia. De Guimarães chega um novo desafio futebolístico, a insistência de Mário Wilson, o treinador vitoriano, e a manifestada permissão para Rui Rodrigues viajar até Coimbra sempre que os estudos assim o exigissem.

O SL Benfica, detentor dos direitos desportivos do atleta, teria sempre uma palavra a dizer. Aos conimbricenses o SL Benfica exigia uma compensação financeira pela cedência do jogador, enquanto para o Vitoria SC a libertação seria incondicional, sobretudo, após a transferência do jovem Ibraim de Guimarães para os encarnados.
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Destino traçado, Rui Rodrigues, já consagrado, ingressou no Vitoria SC no início da temporada de 1974/75. Assume-se como titular indiscutível e a voz de comando da equipa do Vitoria SC. É totalista no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, alinhando em todos os 30 jogos da competição, sendo ainda o autor de 2 golos dos vimaranenses na prova.
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1974/75)
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(Rui Rodrigues no Vitoria SC)
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(Equipa do Vitoria SC na temporada de 1974/75)
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A estreia oficial com a camisola do Vitoria SC dá-se no desafio de arranque da principal competição portuguesa frente ao SC Espinho, no Estádio Municipal da cidade de Guimarães. A equipa da Vitoria SC, visivelmente superior ao adversário, realizou uma excelente exibição, derrotando sem apelo nem agravo a modesta equipa espinhense, por um claro 5-0.

A equipa vimaranense realiza uma excelente temporada, disputando taco a taco o 4º lugar do Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1974/75 com o Boavista FC. Curiosamente, o último e decisivo jogo do Vitoria SC naquela competição disputa-se no Estádio Municipal de Guimarães precisamente frente ao Boavista FC.
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1974/75)
. (Caricatura de Rui Rodrigues no Vitoria SC)
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(Equipa do Vitoria SC na temporada de 1974/75)
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(Rui Rodrigues no Vitoria SC)
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Nesse jogo, contudo, houve um inesperado protagonista que influenciou decisivamente o resultado final que acabou por ser favorável aos boavisteiros por 1-2. António Garrido, o juiz do encontro, teve uma arbitragem miserável e controversa prejudicando gravemente o Vitoria SC.

O certo é que o Boavista FC venceu o encontro e alcançou o 4º lugar na geral garantindo dessa forma o acesso às provas internacionais de clubes ficando o Vitoria SC com a 5ª posição.
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1974/75)
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(Rui Rodriogues capitaneando a equipa do Vitoria SC)
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Na grande campanha vitoriana ao longo da temporada de 1974/75 foi crucial o desempenho de Rui Rodrigues. Comandando a defensiva vitoriana, fazia dupla de defesas centrais ora com José Carlos, ora com Torres.

Aquele notável desempenho despertou o interesse do Sporting CP que, de facto, interessou-se pela aquisição do internacional Rui Rodrigues. Apesar dos 32 anos de idade, Rui Rodrigues continuava a dar mostras de toda a qualidade.
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1974/75)
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(FC Porto - Vitoria SC na Povoa do Varzim em jogo da Taça de Portugal)
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Mas o Vitoria SC não prescindiu do seu valoroso jogador, permanecendo então ao serviço dos vimaranenses na nova época de 1975/76, agora com Fernando Caiado ao leme da equipa.

Com a saída de Custodio Pinto, o capitão do Vitoria SC, no final da temporada de 1974/75, coube a Rui Rodrigues assumir a responsabilidade e o orgulho de transportar a emblemática braçadeira.
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1975/76)
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(Rui Rodrigues no Vitoria SC na época de 1975/76)
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(Derby SC Braga - Vitoria SC com Rui Rodrigues como capitão)
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Naturalmente, estava muito bem entregue aquele símbolo do Vitoria SC a um verdadeiro Senhor do futebol português. Um profissional exemplar, correctíssimo, com uma dedicação extrema, Rui Rodrigues, alem de um espantoso jogador era um homem com H grande.

Como jogador de futebol tinha uma tranquilidade assustadora, uma elegância admirável e uma eficiência, verdadeiramente, notável. Com muita inteligência e bom posicionamento, Rui Rodrigues era um defesa por excelência, todavia, temperava as melhores virtudes defensivas, com uma técnica própria dos jogadores mais avançados.
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(Equipa do Vitoria SC na temporada de 1975/76)
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(Caricatura de Rui Rodrigues no Vitoria SC)
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(Rui Rodrigues em acção no Vitoria SC)
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Actuando, preferencialmente, na posição de defesa central, Rui Rodrigues era um jogador de classe, muito seguro, excelente no desarme, nada faltoso, jogava com muita subtileza e raramente utilizava um descontextualizado pontapé para a frente.

A verdade é que Rui Rodrigues não sabia jogar mal. Capaz de fazer acertados passes longos, também sabia conduzir e conservar muito bem a bola em seu poder. Na transposição do jogo defesa/ataque, o internacional Rui Rodrigues era seguramente dos melhores em Portugal. Alem disso, era um exímio marcador de livres, com força e a necessária precisão.
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1975/76)
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(Vitoria SC e Sporting CP defrontam-se em Guimarães na época de 1975/76)
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A segunda época de Rui Rodrigues no Vitoria SC não atingiu a evidência da temporada anterior. Não porque o jogador revelasse qualquer esgotamento de qualidade, mas apenas porque, mais uma vez, as lesões voltaram a perseguir o conceituado jogador.

E o sinal mais evidente disso é que a ausência de Rui Rodrigues era bastante notada quando não alinhava na equipa do Vitoria SC. Ainda assim, realizou 18 jogos ao longo do Campeonato Nacional da 1ª Divisão de 1975/76, sem ter apontado, desta feita, qualquer golo pelos vimaranenses, que terminaram a prova no 6º lugar da classificação geral.
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(Vitoria SC na temporada de 1975/76)
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(Rui Rodrigues comandando a defesa do Vitoria SC contra o FC Porto)
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No final da época de 1975/76, Rui Rodrigues transportando a braçadeira de capitão do Vitoria SC jogou a final da Taça de Portugal, no Estádio das Antas, frente ao Boavista FC. O Boavista FC venceu o decisivo encontro por 2-1, onde novamente o árbitro António Garrido, o juiz escolhido para apitar a final, fez uma das suas habilidosas arbitragens impedindo a equipa do Vitoria SC e Rui Rodrigues, em particular, de levantar o troféu.
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(Equipa do Vitoria SC na final da Taça de Portugal de 1975/76)
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(Imagem do jogo entre o Vitoria SC e o Boavista FC na final da Taça de Portugal. Rui Rodrigues não chega a tempo de impedir o golo de Salvador)
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(Rui Rodrigues na cerimónia de entrega da Taça de Portugal de 1975/76, vestindo a camisola do adversário Boavista FC)
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(Plantel do Vitoria SC para a época de 1976/77 com Rui Rodrigues)
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Recordando ainda a sua carreira, percorremos a passagem de Rui Rodrigues pelas selecções nacionais. Começou pela Selecção Nacional de Juniores, passou pela Selecção Nacional “B”, pela Selecção Militar e, finalmente, pela principal equipa de Portugal.

A primeira internacionalização “A” ocorreu enquanto jogador da Académica de Coimbra, no dia 26 de Novembro de 1967, no Estádio Levsky, em Sofia, num desafio a contar para o apuramento do Campeonato da Europa entre Portugal e a Bulgária.
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(Selecção Militar de Portugal na decada de 60)
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(Selecção Nacional de Portugal em 1968)
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O triunfo, naquele jogo de estreia de Rui Rodrigues, sorriu à equipa búlgara por 1-0. Rui Rodrigues, seleccionado pela comissão técnica portuguesa formada por José Gomes da Silva e Fernando Caiado, fez dupla de defesas centrais, nesse jogo, com José Carlos do Sporting CP.

Completou um total de 12 internacionalizações pela Selecção Nacional “A” de Portugal. A partir de 1971, enquanto jogador do SL Benfica, deixou de ser convocado para os jogos da principal seleccionado luso.
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(Equipa da Selecção Nacional na decada de 70)
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(Rui Rodrigues ao serviço da Selecção Nacional)
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(Equipa da Selecção Nacional "A" em Novembro de 1971)
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(Rui Rodrigues na Selecção Nacional de Portugal)
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O regresso à Selecção Nacional portuguesa dá-se com 32 anos de idade, então como jogador do Vitoria SC. Regressa, precisamente, num jogo disputado no Estádio José de Alvalade frente à Inglaterra a contar para o apuramento para o Campeonato da Europa, no dia 19 de Novembro de 1975, que terminou empatado a 1-1.

Rui Rodrigues, convocado pelo seleccionador José Maria Pedroto, o seu primeiro treinador em Portugal, entregou-lhe a titularidade no centro da defesa lusa ao lado do belenense Freitas.
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(Equipa de Portugal na época de 1976/77)
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Rui Rodrigues realizou uma soberba exibição. Alem disso foi o autor do golo português naquela partida, o seu terceiro golo com a camisola portuguesa depois daqueles que apontou numa vitória sobre a Dinamarca em 1971 por 5-0 e numa derrota de Portugal frente à Escócia por 2-1.

A última vez que representou Portugal fê-lo já enquanto jogador da Académica de Coimbra. Em 16 de Outubro de 1976, no Estádio das Antas, Portugal, jogando o apuramento para o Campeonato do Mundo, foi derrotado em casa por 0-2 frente à Polónia.

Com 33 anos de idade Rui Rodrigues não renova o contrato com o Vitoria SC e decide regressar à Académica de Coimbra para aí encerrar a carreira de futebolista e concluir, finalmente, o seu curso superior em farmácia.
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(Plantel da Academica de Coimbra na época de 1976/77)
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(Rui Rodrigues novamente na Academica de Coimbra)
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(Rui Rodrigues protesta com os restantes companheiros da briosa)
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(Rui Rodrigues novamente na Academica de Coimbra)
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Realiza mais três temporadas com a camisola da briosa. Em 1976/77 não joga muitas vezes, com a Académica de Coimbra do treinador Juca a terminar classificada no 5º lugar do Campeonato Nacional da 1ª Divisão.
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(Jogo entre o Varzim SC e a Académica de Coimbra na época de 1976/7)
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Já na época de 1977/78 os estudantes de Coimbra realizam uma época mediana e acabam o Campeonato Nacional da 1ª Divisão no 8º lugar. Nesta temporada, contudo, Rui Rodrigues é quase sempre titular na defensiva conimbricense.
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(Equipa da Academica de Coimbra na época de 1977/78)
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(Rui Rodrigues na Academica de Coimbra)
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(Lance de um jogo em Coimbra contra o CS Maritimo)
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(Rui Rodrigues na Académica de Coimbra)
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(Molhada de jogadores no Academica de Coimbra - Vitoria de Setubal)
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Chega por fim aquela que se trata da última temporada da carreira do veterano Rui Rodrigues. Perfazendo 36 anos de idade, o lendário jogador da Académica de Coimbra coloca um ponto final na carreira de futebolista.

Não foi muito utilizado nesta ultima época de 1978/79, jogando somente cinco partidas do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, onde o 15º lugar na classificação final ditou a descida dos estudantes à 2ª Divisão Nacional.
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(Rui Rodrigues no ultimo ano da carreira de futebolista)
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(Rui Rodrigues na Academica de Coimbra na época de 1977/78)
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Fruto da sua enorme experiência logo iniciou uma carreira de treinador a qual nunca atingiu a notoriedade conseguida enquanto jogador. Nos inícios da década de 80 treinou, por exemplo, equipas como o SC Beira Mar ou Leça FC na 2ª Divisão Nacional.

Já na década de 90 regressou ao SL Benfica a convite de Artur Jorge, integrando os quadros técnicos da formação benfiquista. Ficou responsável pela equipa de infantis tendo conquistado nessa função um campeonato nacional da categoria.
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(Rui Rodrigues treinador dos infantis do SL Benfica)
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Com o curso superior nesta área é proprietário de uma farmácia na Chamusca. A Guimarães regressa com frequência pois, como se disse, aqui vivem alguns dos seus familiares mais directos, sendo ainda presença regular nos convívios de antigos jogadores do Vitoria SC.
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(Rui Rodrigues homenageado no encontro dos amigos do Blogue Cromo dos Cromos realizado em Maio de 2008)

Autor: Alberto de Castro Abreu

Neste dia era também o aniversário do Rui. Neste momento cantamos o "parabens a você".
 
Vi o Rui jogar e tenho presente que foi uma Vedeta embora a equipa da altura zer grandiosa daí o nome dele não ser muito referido na CS.Lembro na altura entre outros:
José Henrique , Malta da Silva, Humberto Coelho, Rui Rodrigues e Adolfo,Eusébio Toni e Simões, Nené Artur Jorge e Jordão.
Um grande jogador do SLB,Académica V. Guimarâes,etc.Parabéns e muitos anos de vida.
 
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